Convergências: Tchello d’Barros
by Christian Baumgarten
Falar da obra de Tchello d’Barros é o mesmo que falar dessa figura instigante, única, realizadora, pois criador e criação são a mesma expressão de uma genialidade única, cuja trajetória nesse mundo veio com a marca do inusitado. Conheci Tchello há muitos anos, quando habitávamos a mesma cidade e enfrentávamos os mesmos muros pequenos burgueses de uma comuna que não sabia valorizar a arte em sua expressão mais verdadeira.
Ele, com muito mais talento e galhardia do que eu, logo rompeu barreiras e sumiu mundo afora, buscando amplidão para sua arte ousada e desafiadora. Desde que o conheço, jamais foi convencional em nada, nem na forma de viver, nem na forma de criar. Pensar o universo de uma maneira totalmente inovadora é natural da alma de Tchello, e ele extravasa essa inesgotável criatividade em absolutamente tudo o que faz.
Para mim, que já me encantava com as frases poéticas jocosas, engendradas com um misto de inteligência e graça, não chegou a ser surpresa conhecer a poesia visual que ele criou e, com maestria, destilou até obter o mais fino licor. Eis aí uma boa comparação para explicar a arte de Tchello d’Barros. Ela é um licor… começa com o soco no estômago de um aguardente bruto e vai se tornando cada vez mais filigrânica, até atingir um substrato da mente em que a arte se une a genialidade, resultando numa compreensão profunda e numa incomensurável satisfação.
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